quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

CAPÍTULO 7

Falando isso ele colou seu corpo ainda mais no meu e começou a me beijar. Seu braço rodeu a minha cintura, comecei a ficar sem ar.

Mas não pelo motivo que vocês devem estar pensando porque sim, ele beija muito bem mas, além disso, ele havia tirado uma faca não sei dá onde e tinha me apunhalado, não profundamente para causar algum dano mortal, mas o suficiente pra mim ficar mole em seus braços de dor.

- Desculpe por isso.

- Mas por quê?

- É para o seu bem...

- E você pode por favor me explicar como ser esfaqueada seria para o meu bem? - eu podia ter sido esfaqueada e estar com dor, mas ainda tinha minha voz para atazanar o go go boy quase-assassino.

- Fique calada antes que eu me arrependa disso.

- Então agora é que eu não vou parar de falar.

- Cale-se ou vou te dar um soco, mas preferia não fazer isso.

- Falou o cara que acabou de me esfaquear. 

- Me diga como você ainda tem forças pra continuar a fazer sarcasmos numa hora dessas?

- Simples, quando infezo com alguém, especialmente alguém que me apunhalou pelas costas, é difícil me fazer desistir de atazana-la até a outra vida.

Equanto estavamos tendo essa conversa tão legal, ele estava me levando para o banheiro feminino, abriu a porta com um chute e mandou todo mundo embora gritando, verificou nas cabines se não tinha ninguém escondido e me deitou na pia.

- O que é isso? Algum ritual de go go boy?

- Fique quietinha aí, eu já volto.

- Como se eu pudesse ir a algum lugar.

Ele saiu, trancou a porta e me deixou sozinha na pia de um banheiro de boate, enquanto eu sangrava.

Ouvi algo do lado de fora, vozes, um estrondo de alguém sendo jogado contra a porta, apurei meus ouvidos, a curiosidade era muita.

- Eu quero ver! - falou uma jovem voz masculina.

- Não confiam em mim? - Era Matteo. Do que será que eles estavam falando?

- Não confiamos em ninguém.

- Ainda mais depois de ver o seu agarramento com ela - outra voz masculina entrou na conversa.

- Aquilo foi para atrai-la, como se vocês soubessem um jeito melhor de fazer isso... 

- Não fale assim conosco, nós não podemos matá-lo, mas Ele pode se você estiver mentido - quem era ele?

- Ok, entrem, mas me deixem terminar o trabalho após isso...

Ele destrancou porta e a abriu somente o máximo para que os garotos com quem estivesse conversando pudessem me ver.

Eram eles, os da mesa do canto, com quem eu queria dançar.

A porta foi fechada novamente e os observadores expulsos por um irado Matteo.

- Se você estiver nos enganando... Não vou querer estar em sua pele quando Ele descobrir... - quem era ele?²

*Voltou para dentro do banheiro de novo, com a faca novamente na mão, vindo em minha direção.

Sabe, acho que estou começando a ficar com um pouquinho de medo? - Tradução = estava paralisada de tanto medo.

Mas, antes que conseguisse chegar até a pia onde tinha me deixado deitada, seu celular começou a tocar e adivinhem que música que era? Por mais idiota e clichê que isso seja, era o tema do filme psicose - sim, aquela musica que toca quando a mulher está na banheira à ponto de ser morta - sério, estou começando a achar esse go go boy quase-assassino um pouco macabro e a música, bom, acho que não teria uma melhor opção de trilha sonora para a cena que estava por vir.

*música = http://www.4shared.com/audio/BoryuR40/Psicose_01_-_Movie_Theme.htm

Ergueu o celular até poder ver quem era, desligou e guardou-o novamente.

- Agora ninguém mais poderá nos interromper...

Se eu não estivesse na pia de um banheiro público sangrando e com esse maldito go go boy vindo em minha direção com uma faca suja com meu sangue na mão, acharia essa frase super sexy, mas...

- Por que está fazendo isso? Pensei que fosse de confiança.

- Nem sempre o que você pensa é o certo, né? Mas tenho uma noticia para te falar.

Neste momento ele já estava do meu lado, se curvando sobre mim, com a boca na minha bochecha e as mãos em minhas pernas.

- Tire essas mãos de cima de mim!

- Você deu sorte dessa vez - disse continando, fingimdo que não tinha ouvido meu comando - pois eu não a quero morta, não ainda, mas saiba que se você contar pra alguém sobre essa nossa conversinha e sobre o que você certamente ouviu lá fora, estará morta antes que consiga pensar com clareza. Entendeu? 

Nada respondi a sua pergunta. Ele começou a ficar bravo com minha demora.

- Entendeu ou não? - perguntou novamente, com a faca dessa vez em meu pescoço.

- Sim. Mas saiba que não vou e nunca serei sua amiguinha e confidente, nós podemos morar na mesma casa, mas nem ao menos tente chegar perto de mim enquanto estiver lá. Entedeu?

- Objessões demais para alguém em seu estado. Mas sim, isso será bom pra mim também. Então temos um acordo?

Não havia outra opção ou era isso, ou ser morta, optei pela primeira opção.

- Sim, temos um acordo - depois de falar isso parecia que havia feito um pacto com um demonio, pensando bem, acho que o ser na minha frente deveria ser um parente distante deles.

Não sabia o quanto estava certa...

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