sexta-feira, 13 de agosto de 2010

CAPÍTULO 2

Ele me deitou em um sofá de couro próximo de onde estavamos.

- Acho que nem preciso te dizer para não fugir, não é? Não conseguiria nem dar um passo sem desmaiar, ou melhor, tente mesmo fugir, porque você desmaiaria e eu não teria mais que ouvir sua voz. Problema resolvido.

- Seu idiota, cretino, mentiroso...

- Adoraria ficar e ouvir mais adjetivos que você está dando a mim, mas vou esperar lá fora os outros chegarem. Tomar um pouco de ar fresco, não é fácil passar alguns minutos que sejam na sua companhia. Acho que nunca teve um namorado, também quem iria aguentar...

Aí ele já estava tocando em um assunto delicado, puxei uma almofada que estava ao meu lado e joguei ela com toda força que eu tinha em sua cara.

Acertou ele em cheio, deve ter doido bastante, pois eu coloquei força mesmo, já estava começando a me curar, meu metabolismo de cura parecia ser rápido, então dentro de alguns instantes eu já estaria nova em folha.

Quando ele tirou o travesseiro de sua cara e começou a olhar pra ele, sua cara estava hilária e, não deu em outra, cai na gargalhada.

- Está rindo do quê?

- Da sua cara - falei em meio as gargalhadas.

- É assim então? Você também se cura bem rápido não é?

De repente ele estava em cima de mim prendendo meus pulsos. Não o tinha visto chegar, como ele fez isso?

- Então você gosta de brincar não é?

Apertou meus pulsos mais fortes e foi chegando mais perto de mim, eu estava cada vez mais afundando no sofá para ficar longe dele. Me veio uma idéia. Ele só estava segurando meus pulsos,
então minhas pernas estavam livres. Com um impulso chutei o meio de suas pernas, não muito forte, não queria castrar o coitado, mas forte o suficiente para doer e ele me soltar.

Dito e feito.

Ele começou a gemer de dor e caiu do sofá, me libertando. Me levantei e segui correndo para porta.

Estavamos em algum tipo de clareira no meio da floresta, o problema é que não havia trilhas, então tive que correr para qualquer direção.

Corri com toda força que me restava, eu posso me curar rápido, mas para isso tenho que relaxar e não começar a correr, tacar travesseiros e chutar em pessoas chatas e mentirosas.

Estava muito cansada, a qualquer momento eu poderia desabar ali mesmo e, como se não bastasse essa falta de sorte, parece que eu também estava sendo seguida. Conseguia ouvir seus movimentos, estava correndo logo atrás de mim, era rápido, aumentei a velocidade. Neste tempo de tão distraída que fiquei, não olhei pra frente e, quando percebo, dou de cara com uma parede humana, também conhecido como Sr.Idiota...

- Pensou que só fazendo aquilo seria capaz de me deter? - não devia ter tido pena, devia te-lo castrado logo de uma vez - Você é um pouco lenta querida, ainda mais machucada, nunca
conseguiria fugir com todos nós te perseguindo e, não conhece a floresta como nós, então mesmo se conseguisse fugir, o que seria impossível, certamente se perderia aqui, e morreria... Uma pena
enorme...

- Como disse?

- Você ouviu. Ou também é surda?

- Idiota...

Olhei ao meu redor, percebi que estava cercada por quatro homens, posso dizer que eram bonitos, naum eram um Taylor Lautner da vida, mas eram fofos, suas peles eram queimadas de sol, estou incluindo o Sr. Idiota nisso também, que tinha cabelos pretos, olhos castanhos claros e um corpo sarado, naum aquele corpo bombado, mas sim um corpo bonito de se olhar... Estou divagando demais agora, melhor prestar atenção no que está acontecendo... Mas seu corpo era tão bonito... Tudo bem, já chega... Por enquanto pelo menos...

- Alguém pode me dizer de verdade o que está acontecendo?

- Eu já disse a você - Sr Idiota falou.

Um garoto que estava mais perto de mim e que parecia ser o mais jovem começou a rir.

Todos encararam ele.

- Do que você está rindo Bruno? - Sr. Idiota perguntou, será que só ele sabia falar aqui?

- Não, mas é só ele que tem coragem de falar quando tem gente nova - Bruno respondeu a minha pergunta não dita em voz alta rindo ainda mais.

- Espera, como você sabia o que eu estava pensando?

- Ah, então é por isso. Digamos que Bruno tenha sido beneficiado com um poder que o resto de nós não temos.

Falei a coisa mais óbvia.

- Ele pode ler mentes.

- Sim, mas não as nossas, só de pessoas que são diferentes de nós...

- E vocês são...

- Não te interessa saber agora.

Obrigado por me deixar ainda mais curiosa Sr. Idiota.

Com esse meu comentetário, o garoto começou a rir ainda mais. Teria que começar a tomar cuidado com o que eu pensava na frente dele.

- Concerteza - me respondeu.

- Será que dá pra sair fora da minha cabeça?

- Acho que não.

- Mas, agora eu quero saber o que você estava pensando que fez Bruno rir tanto - virou-se para o garoto esperando a resposta.

Então é assim, eu posso ficar curiosa, mas o Sr.Idiota aqui não.Ops, preciso parar com os apelidos.

- Digamos apenas que ela lhe deu um apelido muito carinhoso - lhe lancei um olhar assassino para calar a boca.

- E se eu me recusar a ir com vocês? - mudei de assunto.

- Fácil, eu te carrego - começou a andar na minha direção.

- Pode parar, fique exatamente onde está, porque eu não vou ser carregada novamente por ninguém, ainda mais por alguém como você.

- Então irá andando de livre e espontanea vontade, senão eu vou ter que te levar no meu colinho de novo...

- Me mostrem o caminho.

- Me siga - disse um deles que havia ficado quieto, só observando a cena.

Ele e o Bruno seguiram na frente, enquanto o Sr. Idiota e o que ficou igualmente quieto seguiram atrás de mim. Me deixando no meio deles, completamente sem fuga. Olhei para trás.

- Já que parece que eu vou ter que conviver com vocês, poderia ao menos saber seus nomes não é mesmo?

- Não - eu estou seriamente pensando em matar quem fez este comentário quando estiver dormindo e assim conseguir pegá-lo de surpresa.

- Não seja tão rude, meu nome é Francesco e o dele é Matteo, nós somos primos. Os que estão na frente são o Bruno, como você já deve saber e o Peter.

- Vocês dois são primos mesmo? E são italianos também?

- Se ele falou que nós somos primos, então é porque é verdade - se prepare quando estiver dormindo, pois com certeza agora que eu vou mesmo atacá-lo. Bruno se estiver ouvindo isso, é
brincadeirinha tá bom? Eu não vou atacá-lo de verdade.

- Sei - veio uma voz lá da frente.

- Nós somos italianos sim - Francesco me responde.

Chegamos até a casa, não consigo acreditar que só corri isso, me pareceu que eu tinha corrido uma maratona inteira, no entanto, foram só alguns quilometros até chegarmos novamente a casa. Percebi também, que na frente dela havia um poço, daquele tipo que se ve em filme e novelas, eu sempre achei isso tão lindo...

- Pronta para entrar para sua nova vida, e agora sem gracinhas fazendo o favor?

- Se eu disser que não vocês vão me deixar livre?

- Não.

- Então por que perguntou?

- Só pra fazer drama, eu acho...

- O que que eu fiz pra merecer isso?

- Nasceu - Acho que todo mundo já sabe com quem estou tendo este belo dialogo...

- Filho da...

Comecei a correr atrás dele, que por sua vez já havia se esgueira entre os comodos da casa.

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